Saltar para o conteúdo

Brasileiras e Brasileiros

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Brasileiras e Brasileiros
Brasileiras e Brasileiros
Informação geral
Formato Telenovela
Gênero Drama
Duração 60 minutos
Criador(es) Walter Avancini
Desenvolvedor(es) Carlos Alberto Soffredini
Elenco
País de origem  Brasil
Idioma original português
Episódios 168
Produção
Diretor(es) Walter Avancini
Roteirista(s) Cláudia Dalla Verde
Perito Monteiro
Tacus Azevedo
Tema de abertura "Disputa de Poder", Simone
Tema de encerramento "Disputa de Poder", Simone
Exibição
Emissora original Brasil SBT
Formato de exibição 480i (SDTV)
Transmissão original 5 de novembro de 199014 de maio de 1991

Brasileiras e Brasileiros é uma telenovela brasileira produzida e exibida pelo SBT entre 5 de novembro de 1990 e 14 de maio de 1991, em 168 capítulos, substituindo a reprise de Meus Filhos, Minha Vida e sendo substituída pela mexicana Carrossel.[1] Escrita por Carlos Alberto Soffredini, com colaboração de Cláudia Dalla Verde, Perito Monteiro e Tacus Azevedo, sob direção de Antonino Seabra, Carlos Nascimbeni e Roberto VVignati e direção geral de Walter Avancini.[2]

Conta com Lucélia Santos, Edson Celulari, Carla Camurati, Ney Latorraca, Fúlvio Stefanini, Rubens de Falco, Irene Ravache e Juca de Oliveira nos papéis principais.

Após um intervalo de quatro anos desde o fim de Uma Esperança no Ar (1985), o SBT decidiu voltar a fazer novelas e contratou a Art Vídeo Produções para produzir Cortina de Vidro, primeira obra de Walcyr Carrasco, de forma econômica e sem muitos gastos, a qual terminou como um grande fracasso.[3] Descontente com o resultado, Sílvio Santos concluiu que, para conseguir um bom desempenho de audiência e faturamento, precisava investir: importou equipamentos dos Estados Unidos, ofereceu um salário milionário para tirar atores renomados da TV Globo como Lucélia Santos, Ney Latorraca e Fúlvio Stefanini e contratou o dramaturgo Carlos Alberto Soffredini para escrever a nova novela.[4] Foram gastos 4 milhões de dólares antes mesmo da novela entrar no ar em meio a maior crise economia brasileira durante o Plano Collor.[5]

A proposta de Soffredini era inovadora para a época: centrar a trama na periferia de São Paulo, sem glamourizar ou minimizar a pobreza e a violência urbana.[6] O título foi inspirado no bordão do ex-presidente do Brasil José Sarney, que sempre iniciava seus discursos com "Brasileiras e brasileiros...".[7] A novela, porém, perdeu metade da audiência após duas semanas no ar e uma pesquisa revelou que o público achava a história lenta e cheia de desgraças, fato que levou o SBT a afastar Soffredini de sua própria novela em 29 de novembro de 1990.[8] Walter Avancini assumiu temporariamente, condensado vários capítulos gravados em um para acelerar a história, além de tirar o foco dos dramas da periferias e colocar na diferença de classe do romance entre Paula e Totó.[9][10][11][12]

A audiência continuou sem responder, o que afugentou anunciantes e, unido aos gastos exorbitantes que a novela gerava pelo alto custo de produção e salários milionários do elenco, colocou o SBT inteiro em uma grave crise financeira que quase o levou a falência, uma vez que a emissora fechou o primeiro trimestre de 1991 com 25% a menos de faturamento.[5] Como consequência o núcleo de dramaturgia foi desativado, todo o elenco dispensado, 150 profissionais demitidos e as futuras novelas anunciadas As Mulheres da Minha Vida, João Tenório e Anita Garibaldi foram canceladas.[5] A emissora conseguiu sair da crise após colocar no ar a mexicana Carrossel no lugar de Brasileiras e Brasileiros – que elevou a audiência de 5 para 25 pontos, atraindo anunciantes – e a criação da Tele Sena, que se tornou patrocinadora oficial dos produtos da emissora.[5]

A produção entrou no ar às 18h, mas a baixa audiência fez com que fosse mudada para às 20h a partir de 7 de janeiro de 1991.[13][14][15][16]

Numa periferia de São Paulo, o ex-lutador Ângelo (Fúlvio Stefanini) e o mecânico pobretão Totó (Edson Celulari) decidem fundar uma equipe feminina de luta livre, a Duras na Queda, onde convocam mulheres comuns do bairro como Clarisse (Rosi Campos), Edilaine (Zezeh Barbosa) e Vanusa (Eliana Fonseca) para aprenderem o esporte na esperança de ganharem algum dinheiro em torneios para todos terem uma vida melhor. Quem os ajuda é a jornalista Catarina (Carla Camurati), que passa a viver um romance com Totó, estremecido quando ele conhece Paula (Lucélia Santos), uma arquiteta do Morumbi e dona do prédio onde a equipe treina, se encantando pelo bom coração do mecânico.

Ela é filha de Ramiro (Rubens de Falco) e Mirone (Irene Ravache), dois bon vivant de família tradicionalista que estão falidos devido a apostas em cavalos, vendo a oportunidade de tirar o pé da lama armando um esquema ilegal de apostas na luta livre. O maior empecilho para Totó e Ângelo é Brás (Ney Latorraca), um malandro que vive de golpes e decide fundar uma equipe de luta feminina rival, formada por Teresa (Isadora Ribeiro), Alma (Alexandra Marzo) e Arlete (Márcia Dornelles). Além disso, há Plínio (Antonio Calloni), líder da associação comercial que quer a academia fora do bairro, e o conservador Coriolano (Laerte Morrone), que considera a luta feminina imprópria.

Ator/Atriz Personagem
Lucélia Santos Paula Carvalho Leal
Edson Celulari Totó Luccino
Carla Camurati Catarina
Fúlvio Stefanini Ângelo
Ney Latorraca Brás Cubas
Rubens de Falco Dr. Ramiro Carvalho Leal
Irene Ravache Mirone Carvalho Leal
Juca de Oliveira Alceu Orion
Antonio Calloni Plínio Marcondes
Daniel Dantas Orlando Costa
Marcelo Serrado Boca
Walderez de Barros Cândida
Ana Lúcia Torre Clara
Rosi Campos Clarisse
Zezeh Barbosa Edilaine Bezerra
Eliana Fonseca Vanusa
Laerte Morrone Coriolano
Isadora Ribeiro Teresa de Ogum
Alexandra Marzo Alma
Márcia Dornelles Arlete
Jacqueline Laurence Antoniette
Raymundo de Souza Vítor
Consuelo Leandro
Arlete Montenegro Suzana
Maria Della Costa Norma
Mário Cardoso Bruno
Andréa Avancini Delurdes
Patrícia Lucchesi Simone
Ileana Kwasinski Edna
Ênio Gonçalves Júlio
Maurice Vaneau Richilieu
Kléber Macedo Esther
Aretha Oliveira Vanessa Bezerra
Ana Iwanow Aninha

Participações especiais

[editar | editar código-fonte]
Ator/Atriz Personagem
Fábio Júnior Zeca Paneleiro
Paulo Autran Zé Avarento
Márcia Maria Leonor
Erivaldo Nery Zé Sem-Moradia
Cida Costha Selma
Osmar Ângelo Dr. Leal
Fausto Ferrari Agenor
Renata Soffredini Isabel
Fábio Gomes Nando
Renata Pereira Bentinha
Josmar Martins Vasco
Alexandre Frederico Guido
Adelmo Rodrigues Argemiro
Angela Maria Ela mesma
Adílson Ramos Ele mesmo
Germano Mathias Ele mesmo
Rogério Raineri Alemão

O primeiro capítulo de Brasileiras e Brasileiros marcou 14 pontos com picos de 17, o melhor resultado de uma estreia na emissora até então, garantindo a vice-liderança, atrás da TV Globo com 34.[17] No entanto no final do primeiro mês a novela já marcava apenas 6 pontos.[18][19] A produção chegou a registrar 2 pontos em algumas ocasiões.[1] Teve média geral de 5.11 pontos, menos que a antecessora Cortina de Vidro, que já era considerada um fracasso.[20]

Referências

  1. a b «Brasileiras e Brasileiros». Teledramaturgia. Consultado em 6 de maio de 2016 
  2. Marcia Cezimbra (14 de agosto de 1990). «SBT entra na briga da novela». Jornal do Brasil. TV-Pesquisa. Consultado em 30 de novembro de 2019 
  3. «A primeira». Jornal do Brasil. 9 de junho de 1989. Consultado em 5 de março de 2019 
  4. «Problemática, 'Brasileiras e Brasileiros' foi a novela que mais trocou de horário no SBT». memoriadatv. Consultado em 30 de novembro de 2019 
  5. a b c d «Novela cheia de globais quase levou SBT à falência». TV História. Consultado em 30 de novembro de 2019 
  6. Annette Schwartsman (4 de novembro de 1990). «SBT mostra os miseráveis sem glamour». Folha de S.Paulo. TV-Pesquisa. Consultado em 30 de novembro de 2019 
  7. Jorge Antônio Barros (4 de novembro de 1990). «Um retrato sem retoques da perifiria de uma grande cidade». O Dia. TV-Pesquisa. Consultado em 30 de novembro de 2019 
  8. «SBT afasta autor de sua novela». Jornal do Brasil. TV-Pesquisa. 29 de novembro de 1990. Consultado em 30 de novembro de 2019 
  9. Jorge Antônio Barros (4 de dezembro de 1990). «Novela do SBT enfrenta crise». O Dia. TV-Pesquisa. Consultado em 30 de novembro de 2019 
  10. Maria Helena Dutra (18 de maio de 1991). «O sucesso da Globo e o fracasso do SBT em mais um capítulos da história das novelas». O Dia. TV-Pesquisa. Consultado em 30 de novembro de 2019 
  11. Armélia Gonzalez (9 de julho de 2006). «Nostalgia: "Brasileiros e brasileiras"». O Globo. TV-Pesquisa. Consultado em 30 de novembro de 2019 
  12. «Celeiro intelectual, USP aprova "doutor noveleiro"». Folha de S.Paulo. 24 de outubro de 2004. Consultado em 30 de novembro de 2019 
  13. «SBT muda horário de novela para as 20h». Folha de S.Paulo. TV-Pesquisa. 23 de dezembro de 1990. Consultado em 30 de novembro de 2019 
  14. Apoenan Rodrigues (28 de dezembro de 1990). «Crise afeta SBT de Avancini». Jornal do Brasil. TV-Pesquisa. Consultado em 30 de novembro de 2019 
  15. Jorge Antônio Barros (6 de janeiro de 1991). «Avancini muda tudo na novela». O Dia. TV-Pesquisa. Consultado em 30 de novembro de 2019 
  16. Roberto Comodo (10 de janeiro de 1991). «Novela do SBT tem reforço». Jornal do Brasil. TV-Pesquisa. Consultado em 30 de novembro de 2019 
  17. «A segunda». Jornal do Brasil. TV-Pesquisa. 8 de novembro de 1990. Consultado em 30 de novembro de 2019 
  18. Lúcia Leme (14 de novembro de 1990). «Avancini com a mão na massa». O Globo. TV-Pesquisa. Consultado em 30 de novembro de 2019 
  19. Lucélia Caseiro (10 de dezembro de 1990). «Insucesso da novela obriga SBT a fazer cortes». Meio & Mensagem. TV-Pesquisa. Consultado em 30 de novembro de 2019 
  20. «'Carrossel' bate recorde». Folha de S.Paulo. TV-Pesquisa. 26 de maio de 1991. Consultado em 30 de novembro de 2019 

Ligações externas

[editar | editar código-fonte]