António de Abreu (navegador)
António de Abreu | |
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Efígie de António de Abreu no Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa.
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Nascimento | 1480 Madeira |
Morte | Açores |
Nacionalidade | português |
Progenitores | Mãe: Beatriz de Abreu Pai: João Fernandes do Arco |
Ocupação | Navegador |
António de Abreu foi um navegador português e oficial da marinha nascido na Madeira, que viveu entre os finais do séc. XV e o início do séc. XVI.[1] Participou, sob as ordens de Afonso de Albuquerque, na conquista de Ormuz em 1507 e de Malaca em 1511, sendo nesse ano enviado ao comando da primeira expedição europeia a chegar às Molucas[1], a Timor e às ilhas Banda (Bante) em 1512.[2]
Biografia
[editar | editar código-fonte]Filho de João Fernandes do Arco e de sua mulher Beatriz de Abreu da casa dos Abreus da Covilhã.
Em 25 de Julho de 1511, na conquista de Malaca, António de Abreu, na qualidade de capitão-do-mar[1], comandou o junco chinês que, subindo o rio de Malaca na maré alta, desembarcou o contingente português na cidade permitindo a conquista em Agosto. Gravemente ferido no rosto, tendo perdido parte dos dentes e da língua,[3] recusou a proposta de Albuquerque para que se afastasse do comando.
Em Novembro, antes de partir de Malaca e já na qualidade de capitão-mor, Afonso de Albuquerque confiou-lhe a liderança de uma frota de três navios e 120 homens, com os quais rumou a Este, em busca das "ilhas das especiarias"[1]. Partiu, a bordo da nau Santa Catarina, acompanhado pelos capitães-do-mar Francisco Serrão[4], que comandava a nau Sabaia, e Simão Afonso Bisagudo, que comandava uma da caravela, onde seguia Francisco Rodrigues, cartógrafo que cronicou a expedição.[5]
Foram recrutados pilotos malaios para os guiar via Java, por entre as Pequenas Ilhas de Sunda e Amboíno até Banda, onde chegaram no início de 1512.[6] Aí permaneceram, durante cerca de um mês, comprando e enchendo os seus navios com noz moscada e cravinho.[7] António de Abreu partiu então velejando por Amboina enquanto o seu vice-comandante se adiantou para as ilhas Molucas, mas naufragou terminando em Ternate. Assolados com hostilidades noutros pontos do arquipélago, como Amboina e Ternate, só regressou em 1529.
Aventou-se a hipótese de António de Abreu ter descoberto a Austrália[1], cem anos antes da chegada dos neerlandeses.
Ver também
[editar | editar código-fonte]Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Grande História Universal Ediclube, 2006.
- Dicionário Universal Ilustrado, Ed. João Romano Torres & Cª.1911.
- Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira.
- Nova Enciclopédia Portuguesa, Ed. Publicações Ediclube, 1996.
Referências
- ↑ a b c d e Bigotte de Carvalho, Maria Irene (1997). Nova Enciclopédia Larousse vol. 1. Lisboa: Círculo de Leitores. p. 26. 314 páginas. ISBN 972-42-1477-X
- ↑ Hannard, Willard A. (1991). Indonesian Banda: Colonialism and its Aftermath in the Nutmeg Islands. Bandanaira: Yayasan Warisan dan Budaya Banda Naira. pp. 7–8
- ↑ Diffie, Bailey W. and George D. Winius, Foundations of the Portuguese Empire, 1415–1580. p. 259
- ↑ Ricklefs, M.C. (1991). A History of Modern Indonesia Since c.1300, 2nd Edition. London: MacMillan. p. 24. ISBN 0-333-57689-6
- ↑ Cortesão, Armando (1944). The Suma Oriental of Tomé Pires: an account of the east, from the Red Sea to Japan, written in Malacca and India in 1512–1515/The Book of Francisco Rodrigues rutter of a voyage in the Red Sea, nautical rules, almanack and maps, written and drawn in the east before 1515. [S.l.]: The Hakluyt Society. ISBN 9788120605350
- ↑ Hannard (1991), página 7; Milton, Giles (1999). Nathaniel's Nutmeg. London: Sceptre. pp. 5 and 7. ISBN 978-0-340-69676-7
- ↑ Hannard (1991), página 7
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- «Revista da Armada Portuguesa - A Armada de D. Manuel - referência a António Abreu no Oriente.»
- «Padrão dos Descobrimentos - o nome António de Abreu (Navegador) aparece no 30º lugar do monumento.» (PDF)
- «O Padrão dos Descobrimentos (Herois de Portugal)»
- «António de Abreu - Publicado por Leonel Vicente em Protagonistas»